Andar a pé, Caminhar, ir .... não ficar!

Algumas das coisas que se vão vivendo...

sábado, maio 27, 2017

Quem não arrisca...não Petisca!

Sou da cidade, sempre fui. Sempre me senti mais confortável numa esplanada, com os amigos, passar horas sentada a conversar, ou então no aconchego do sofá a ver um filme, mesmo nos dias de grande calor. Habituei-me a um estilo de vida citadino, onde é pouco provável ser mordida por uma aranha, um mosquito, onde não tenho que preocupar com os pólenes, que me atormentam, e claro, um local onde posso praticar o meu adorável sedentarismo. Pego no carro e pronto, estou lá. E sempre achei que chegava. Mas às vezes a vida muda de repente, muda, e muda, e volta a mudar. E ainda bem, abre os horizontes, mostra-nos que há muito mais no mundo para ver do que aquilo que achamos que é suficiente para nos manter satisfeitos. Cria uma enorme vontade de experimentar coisas novas e de mudar. E foi umas semanas antes da aventura que vos vou falar, que ouvi comentar que iria haver uma caminhada, de alguns km, demais até para o que achava ser capaz, e que me chamou a atenção, e pensei: porque não? Vamos lá. A companhia agradava-me, e sabia que de qualquer das formas, mesmo que a caminhada não fosse o esperado, haveria de gostar e de me divertir.

E chegou o dia. Sentia aquele ansioso bom. Convidei uma grande amiga da faculdade, e lá saímos de Braga às oito da manhã. Chegamos a Soajo, Arcos de Valdevez e já estavam todos à nossa espera, tudo a ganhar energia com o chocolatinho e o café. Estavam animados, bem dispostos, tudo já com vontade de começar. Já estava tudo preparado, e ainda bem, assim não tive que trabalhar eheh. Fogão, arcas frigoríficas, panelas, tudo na mala. E lá saímos, 3 carros cheios, prontos para a aventura.

Chegamos a Lourido.  Muito bonito, uma aldeia pequenina. O meu tio Luís, o nosso guia privado, decidiu que íamos começar ali. Estacionamos os carros e lá saímos. E mesmo antes de começar, deu-me a fome. Sim, gosto de ser diferente e não comi antes como os outros, que burrinha. Barrinha de cereais? diz o meu pai. Não, queria pão. E fez-se luz. Não se tinha comprado pão!!! Ainda bem que gosto de ser do contra. Salvei o dia! E lá se foi comprar numa mercearia pequenina em Lourido. E pronto, tudo pronto. Vamos lá . Tiramos uma fotografia de grupo e começamos a caminhar. Ainda há poucos minutos a caminhar e já me sentia bem. Sempre a par com a minha Sofia, íamos conversando e saboreando a paisagem, os animais, cavalos, cabrinhas, passarinhos. E claro, sempre a tirar fotografias. Era um crime não mostrar o paraíso em que estávamos nas redes sociais ( ups, difícil largar o bichinho da cidade, e das tecnologias). E foi nesta primeira fase que aconteceu o primeiro episódio engraçado que é digno de ser contado. Eu e a minha amiga, chegamos a uma altura em que o caminho estava cortado por um portão, estava fechado, e na nossa cabeça tínhamos que o trepar. E lá o fizemos, com algum esforço e muita satisfação de o ter conseguido. E foi uma risota quando ouvimos ao fundo “E abrir o portão não??’ Foi um momento cómico, que vai ficar marcado, mesmo em fotografia.

E lá seguimos caminho. Começamos a subir… A frequência cardíaca aumenta, começa o calor, o suor, e a vontade de parar. “Parar é morrer”, há quem diga, então lá aguentamos. E foi aí que cada um seguiu ao seu ritmo. E ao longo de toda a viagem, com picos de cansaço e picos de energia, lá nos íamos encontrando, e com cada pessoa havia um momento, uma história, uma partilha. Que bom que é caminhar.

E pronto, lá chegamos à primeira paragem : Ermida. Um largo pequeno, com um pelourinho, uma igreja, e um pequeno café aberto. E foi no muro baixinho da igreja que fizemos o lanche da manhã. Pão com queijo, com chouriço grelhado na hora com aguardente, um petisco de sardinhas com couve flor, e claro, vinho branco. Esse acabou depressa. Estivemos na conversa mais que uma hora, tomamos um cafezinho e continuamos o percurso até Chá do Couto. Lindíssimo o caminho até lá, saborear o verde, observar os animais… que luxo. 

Bem, chegamos a Chá do Couto, onde já tínhamos o cozinheiro à nossa espera. E começou-se a fazer o almoço, todos os homens à volta da panela, se calhar para dizerem que também ajudaram eheh, e nós as senhoras seguimos o lema criado por nós “ No monte as mulheres não trabalham”. E começamos a almoçar, já deviam ser quase três da tarde, uma massa à Lavrador, que delícia. Cheirava tão bem, aspecto óptimo. Via-se o vapor a sair do prato, que fome!!!! O cozinheiro é de qualidade!! E para beber? Cerveja , e Vinho. E não é que houve um engano e se levou um garrafão de vinho do Porto, em vez de vinho tinto?!? Ai Querubim! Mas não há problema, dá para aperitivo. E o Carlos salvou-nos! 4 garrafas no carro já deu para matar a sede. Eu fiquei pela coca-cola, vinho tinto não é para mim. 

Foi uma festa, um convívio espetacular! Sentia um bem estar inexplicável. E chegou a hora de voltar. Mas já voltamos de carro. Estavamos 13kms de Soajo. Paramos no restaurante LindoVerde, onde experimentamos todos os licores possíveis e imaginários que lá existiam, e deixamos os homens lá enquanto voltamos a Soajo para ir buscar os bikinis e toalhas, para podermos terminar o dia da melhor maneira possível. Será que era seguro deixá-los lá?? Não tínhamos bem a certeza mas arriscamos, quando voltamos estavam sentados no mesmo sítio, muito felizes, devem ter ficado pela água eehehe!

E partimos para Ourense, os Baños. Àguas termais, a escaldar, já passavam das oito da noite quando chegamos. Era novidade para muitos, ficaram surpreendidos e maravilhados com o que a natureza tem para nos oferecer. Perfeito. Céu estrelado. Perfeito. Som das rãs. Paraíso.

E já passava das onze e voltamos para o nosso querido Portugal, onde estava um cabrito caseiro à nossa espera. Jantamos, convivemos mais um pouco, recordamos o dia, comemoramos e brindamos à amizade.
E a verdade é que a meio do jantar reflecti. Que bom é sair do conforto do sofá, que bom é perder o medo e experimentar. Que bom é conviver, conhecer pessoas novas. Que bom que é viver. Sentia um bem estar , uma paz de espírito, uma gratidão. Obrigada, obrigada, obrigada. De facto, quem não arrisca não petisca.

(Ana Sofia) 

A cambada toda...


Ó micas, que raio de cabras são estas lá fora? Não sei...não fazem "mééé"...algumas têm barba, mas apenas duas patas!


Fecha a cancela...faz corrente de ar!











Que seita!

Eu acho que sim....Eu acho que não!

Moisés caminha acompanhado pela Serra Amarela...


Ri-te! Sorriso pepsodente!


Humm...conheço esta imagem!!!




Ups....senti algo!!!


De onde saiu esta gente tão parola?

Quem? Eu?



Como? A garrafa foi toda!?

Foi? Não acredito....

Passa para cá..ainda tem um cadinho para mim...

Foge...que sede temos!

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