15 pessoas, juntam-se
em 3 carros - às 7 da manha - para conduzir para Norte. Ninguém sabe
muito bem para onde vai, tirando os que pensam que sabem, que são os
que, de facto, sabem menos.
O plano tinha sido traçado por
telefone e por e-mail, com o objectivo de agrupar os habituais jovens
citadinos que se sentem preparados para ganhar o título de caminhantes
de montanha, e que usam o verde e o ar limpo como tábua de salvação da
vida a 120 km/h.
Que plano? Caminhar pela serra do Soajo, que
se esperava – à semelhança das até aqui conhecidas – sulcada por corta
fogos largos, mato arejado e um rio que nos emprestasse frescura para
adorar o rei Sol. Mas ao plano tinha Mestre e na sua cabeça do era
muito diferente daquele que os seus executantes tinham na sua
Quando
ficaram cara a cara – o mestre e os que iam implementar o seu plano – o
estudo era mútuo, e o tom trocista e juvenil de um homem com ar rijo
punha de pé atrás todos aqueles que achavam já ter visto tudo e sido
iluminados pelo holofote da modernidade. Teve que ser: pessoas que
tinham em comum o conhecimento de um número de telefone e uma referência
puseram o traço de um dias nas suas vidas nas mãos de um homem, para
que daquele dia fizesse o que lhe apetecesse: e fez!
O
Soajo é assim. A 5 ! Nenhum de nós se lembra só de o ver: ficou o
cheiro – na roupa e na cabeça, ficou o gelo da àgua nos ossos e o
inferno do calor na testa, ficaram os sulcos de pele cortada nos ombros e
nas pernas, ficou o sabor de àgua na língua e o po da terra na
garganta, ficou o barulho dos pes no ouvido e a voz da serra na memória.
Não
seria nunca possível descrever o que quer que fosse: ainda que o que
fosse fosse o verde, o alto, o fundo ou o profundo, a estreiteza do
caminho ou a altivez da serra, o olhar do gado ou o verde da lagoa…
Podemos,
quando muito – e cada um de nós – lembrar o quanto, naquele dia, no
meio do nada, da exasperação, do desconforto, da urticária e da
convivência com um medo pueril, nos sentimos a agarrar o verde como se
fosse nosso e nós dele, como se os nossos tornozelos não tivessem osso e
se conseguissem adaptar à forma da pedra, e, por fim, entender que o
rio não cria erosão só nas pedras….
O tempo, que naquele dia foi nosso, vai continuar a ser do Soajo
E tudo isto sob o ar trocista e divertido e o plano de quem nos pôde ensinar como é viver assim:
Obrigado Luis
(André)
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A seita: Ricardo, Emilia, Andre, Fonseca, Ramalho, Eva, Ze Luís, teresa, Pedro, Joana, João, Barbosa, Cristina, Luís |
(em breve chegarão mais fotos)
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Rota circular Soajo-Soajo |